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MULHERES ATINGIDAS POR BARRAGENS

Exposição Arpilleras: Atingidas em defesa da vida

Esta exposição de arpilleras traz uma seleção de peças têxteis sobre a luta das mulheres atingidas em defesa da vida, uma pequena mostra do nosso Acervo Digital Arpilleras.

Composto por quase 300 arpilleras, o Acervo Digital é resultado de um longo trabalho e produção coletiva das mulheres atingidas por barragens.

Em forma de arte e bordado, são histórias de vida, denúncia de violação de direitos e construção de lutas.


BORDANDO OS NOSSOS DIREITOS

As populações atingidas por barragens sofrem graves violações de direitos humanos. Nós, mulheres, somos impactadas de forma particularmente grave e enfrentamos maiores dificuldades para recompor nossos meios e modos de vida. Nossas necessidades não são consideradas. Através das nossas arpilleras registramos e denunciamos como temos vivido e enfrentado este padrão de violações.

TECENDO NOSSA ORGANIZAÇÃO

O Movimento dos Atingidos por Barragens tem uma longa história de resistência, lutas e conquistas. Desde o início, nós mulheres tivemos um papel ativo e importante nessa organização. Além de uma ferramenta de denúncia, As arpilleras são um convite e uma possibilidade de tecer a organização das mulheres.

COSTURANDO O PROJETO POPULAR

No MAB, junto com os movimentos que compõem a Plataforma Operária da Água e da Energia, uma articulação formada com organizações de trabalhadores e trabalhadoras das áreas de energia, educação e juventude, temos nos debruçado sobre a proposta de um projeto energético que coloca a energia a serviço do povo brasileiro, com soberania, distribuição de riqueza e controle popular.


MULHERES E ARPILLERAS

SOBRE AS MULHERES ATINGIDAS POR BARRAGENS

A experiência da realidade, e diversos estudos, provam que as mulheres, historicamente, são as grandes vítimas dentro da reprodução do modelo capitalista, patriarcal e machista, no qual estamos inseridos. Em nosso caso específico, de mulheres atingidas por barragens, temos um agravante, além de sofrer com as desigualdades de classe e nas relações de gênero, precisamos também enfrentar as violações de direitos causadas pelas construções de barragens. Essas violações foram confirmadas no relatório final do Conselho Nacional de Direitos Humanos, à época Conselho de Defesa e Direitos da Pessoa Humana (CDDPH), em dezembro 2010, o qual destaca: “as mulheres são atingidas de forma particularmente grave e encontram maiores obstáculos para a recomposição de seus meios e modos de vida; […] elas, não tem, via de regra, sido consideradas em suas especificidades e dificuldades particulares”.

Desde o início, as mulheres tiveram um papel ativo e importante na construção do MAB em todas as regiões do Brasil, seja nas tarefas de liderar as lutas, seja nas tarefas organizativas na comunidade que fortaleciam o movimento garantindo a organicidade das atividades. Cada região traz suas particularidades, o importante é evidenciar que as mulheres atingidas sempre estiveram em busca de seus direitos. Com base nisso, a organização foi amadurecendo a necessidade da participação das mulheres nos espaços de decisão, construindo condições para acelerar processos de protagonismo feminino dentro do movimento. Entre 2007 e 2010, foram realizados diversos encontros com as mulheres de diferentes regiões com o objetivo de fomentar a participação e construir coletivamente um entendimento de como as barragens afetam a vida das mulheres. Com isso, sistematizamos as violações aos direitos das mulheres atingidas, nos seguintes eixos: Mundo do trabalho, Participação política, Relação com as empresas, Perdas dos laços comunitários, Direitos sexuais e reprodutivos, Acesso a políticas públicas.

 

 

CONHEÇA AS ARPILLERAS

As arpilleras fazem parte de uma técnica têxtil popular chilena, que incorpora elementos tridimensionais e retalhos de tecido aplicados sobre o suporte de juta, que, em espanhol é “arpillera”, daí o nome. Nos anos sombrios da repressão militar chilena, as arpilleras floriram os pátios, interiores das casas e igrejas da periferia de Santiago como forma de denúncia da violência estabelecida. Com temáticas que incluíam desde afazeres do cotidiano até gritos de luta e de luto, as peças ganharam o mundo – algumas continham, inclusive, fragmentos de roupas dos desaparecidos políticos costurados.

É com esse sentido político que mulheres atingidas por barragens no Brasil, por meio do contato com as mulheres organizadas no MAB, resgatam a técnica, visando, de forma artística, denunciar violações ambientais, sociais, econômicas e culturais que as atingem em consequência do modelo energético adotado no nosso país. Desde 2013, foram realizadas oficinas auto-organizadas onde são costurados coletivamente os testemunhos da realidade de mulheres atingidas em 19 estados. Para nós, do MAB, as arpilleras, além de uma ferramenta de denúncia, são um convite e uma possibilidade de tecer a organização das mulheres. É assim que as peças são costuradas, em cada ponto o anseio de que outro mundo é necessário e possível de ser tecido coletivamente.

SABER MAIS SOBRE ARPILLERAS

O filme “Arpilleras”

O Filme conta a história de dez mulheres atingidas por barragens das cinco regiões do Brasil que, por meio de uma técnica de bordado surgida no Chile durante a ditadura militar, costuraram seus relatos de dor, luta e superação frente às violações sofridas em suas vidas cotidianas. A costura, que sempre foi vista como tarefa do lar, transformou-se numa ferramenta poderosa de resistência, de denúncia e empoderamento feminino. Por meio desse “fio” condutor, cada mulher bordou sua história, singular e coletiva, na respectiva região do mapa do Brasil.

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