Brasil

Petroleiros param na quarta, por soberania nacional e pela cabeça de Parente

Segundo José Maria, presidente da FUP, as reivindicações da greve são a redução dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis, contra a privatização da empresa e pela saída imediata do presidente Pedro Parente, que, junto com Michel Temer mergulharam o país numa crise sem precedentes.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos filiados entram em greve nacional de advertência de 72 horas neste dia 30, quarta-feira. As reivindicações são a redução dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis, contra a privatização da empresa e a saída imediata do presidente Pedro Parente, que, junto com Michel Temer e suas políticas entreguistas, mergulharam o país numa crise sem precedentes.
A FUP demonstra como a atual política de reajuste dos derivados de petróleo, que fez os preços dos combustíveis dispararem, é “reflexo direto do maior desmonte da história da Petrobras”. Sem meias palavras os petroleiros apontam os culpados pelo caos: Pedro Parente e Michel Temer.
A crise, segundo a FUP, se intensificou diante da convocação das Forças Armadas para ocupar as refinarias. A Federação Única dos Petroleiros considera esse gesto um grave ataque ao Estado Democrático de Direito e exige a retirada imediata das tropas militares que estão nas instalações da Petrobras.
O aprofundamento da crise, segundo a FUP, é um problema de gestão da Petrobras, que vem sendo administrada para atender exclusivamente aos interesses do mercado. Com a política de Parente, a Petrobras está sendo reduzida a uma mera exportadora de petróleo. Os derivados importados já representam 24% do mercado nacional. Ou seja, a cada 10 litros de gasolina vendidos no Brasil, 2,5 litros são importados. Quando, ainda segundo a FUP, a empresa poderia abastecer todo o país com diesel, gasolina e gás de cozinha a preços bem abaixo do mercado internacional.
“O número de importadoras de derivados quadruplicou nos últimos dois anos, desde que Parente adotou preços internacionais, onerando o consumidor brasileiro para garantir o lucro do mercado. Em 2017, o Brasil foi inundado com mais de 200 milhões de barris de combustíveis importados, enquanto as refinarias, por deliberação do governo Temer, estão operando com menos de 70% de sua capacidade”, esclarece a FUP. “A gestão entreguista de Pedro Parente está obrigando a Petrobras a abrir mão do mercado nacional de derivados para as importadoras, que hoje são responsáveis por um quarto de todos os combustíveis comercializados no país”, denuncia a Federação.
Vale lembrar que Pedro Parente, no governo Fernando Henrique Cardoso, ficou conhecido como o ‘ministro do apagão’. Parente coordenou o comitê responsável por administrar a crise de energia elétrica de 2001, resultado da falta de investimentos e a privatização do setor elétrico no país.
“Estamos diante de mais um apagão imposto por Pedro Parente. Um desmonte que a mídia esconde, fazendo a população pensar que a disparada dos preços dos combustíveis é apenas uma questão de tributação”, denuncia a FUP.  “Com o aumento drástico da importação de combustíveis, ficou mais difícil controlar os preços, pois, sem a paridade internacional, as importadoras saem de cena, deixando o prejuízo para a Petrobras. Se a estatal não voltar a ocupar lugar de destaque no refino e na distribuição de derivados, ficará cada vez mais refém dos preços internacionais”, complementa a Federação.
Neste domingo (27) os petroleiros farão novos atrasos e cortes de rendição nas quatro refinarias e fábricas de fertilizantes que estão em processo de venda: Rlam (BA), Abreu e Lima (PE), Repar (PR), Refap (RS), Araucária Nitrogenados (PR) e Fafen Bahia.
Na segunda-feira (28) a FUP e seus sindicatos realizarão um Dia Nacional de Luta, com atos públicos e mobilizações em todo o Sistema Petrobrás, denunciando os interesses que estão por trás da política de preços de combustíveis, feita sob encomenda para atender ao mercado e às importadoras de derivados.
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  1. Avatar
    José Eduardo Garcia de Souza says:

    Vocês têm mesmo certeza de que esta papagaiada dos petroleiros é para ser apoiada ou chamada de “faca na garganta dos golpistas”? Pergunto isso porque:
    1. A queda do Parente – que não vai ocorrer, como vocês bem sabem – é pauta irresponsável dos Senadores Cássio Cunha Lima e Ronaldo Caiado, eles mesmos, segundo vocês, “golpistas” de primeira hora. Convenhamos que vai ficar chato encampar um pedido de queda de quem quer que seja vindo de quem tão loquaz e contundentemente apoiou a queda de Dilma, não?
    2. Não sei se já deu para notar, mas os histéricos e analfabetos funcionais de direita que – açulados pelos bolsonaristas, pelos patrões das transportadoras e por gentalha como o Deputado Rodrigo Maia – estão por trás de mais esta tentativa de golpe de estado não querem nem saber da greve dos petroleiros, insistem em que não querem gente da CUT ou ligada ao Lula/PT e quejandos pegando carona no seu “golpe” e não somente poderão eles mesmos provocar atos de violência para cima dos petroleiros como também aplaudirão entusiasticamente qualquer intervenção mais violenta da Polícia ou das Forças Armadas, o que não somente frustra inteiramente o ponto da “adesão popular” a esta fiúza como, ademais, não vai dar eco a berreiros sobre “violência fascista” depois.
    3. As FFAA não vão sair das refinarias. Ponto. Elas obedecem aos seus comandantes e não aos petroleiros, pelo que nem vale a pena tentar tal coisa e muito menos provocar conflitos, já que elas estão autorizadas a fazer a requisição de materiais – ou seja, colocar os recalcitrantes, por bem ou por mal, no xilindró e assumirem elas mesmas as operações das refinarias.
    4. Vale a pena repetir que este locaute dos caminhoneiros nada mais é do que fachada de nova tentativa de golpe da direita, que quer ver instalado um governo totalmente autoritário que, se não decretar censura à imprensa, nada fará contra atentados e atos de violência física contra blogs da esquerda, a quem eles querem ver eliminada do mapa. Basta olhar para os comentários nas redes sociais para ver como eles vêm tascando vigorosamente as FFAA que têm-se comportado profissionalmente com relação aos caminhoneiros. Esta gente quer sangue, e lideranças sérias – de qualquer matiz político – não deveriam expor os seus liderados a tal possibilidade sabendo, de cara, que não têm a menor chance de ganhar.

  2. Avatar

    Prezado Eduardo, você até estava indo bem até: “e assumirem elas mesmas as operações das refinarias.”. Nisso você não tem nem ideia do que está falando.
    Mas no restante entendo seus argumentos.
    #LULALIVRE

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